Somente
46,8% dos paulistanos pretendem adquirir um bem durável no final do ano e a expectativa
de vendas para 2013 deve ter alta de 4%. Outros dados analisados no estudo são:
intenção de gasto, comprometimento de renda e investimento das famílias em
poupança
O índice
de consumidores que pretendem efetuar uma compra no último trimestre de 2013, o
que inclui Dia das Crianças e Natal, é o mais baixo desde 2006, segundo
pesquisa realizada pelo PROVAR (Programa de Administração do Varejo),
da FIA (Fundação Instituto de Administração), em parceria com a Felisoni
Consultores Associados. Apenas 46,8% dos paulistanos deverão adquirir um bem
durável entre os meses de outubro e dezembro deste ano, indicador 3,6 p.p menor
ao registrado no terceiro trimestre, em que se verificou 50,4%. Já na
comparação com o quarto trimestre do ano passado, o índice apresenta queda de 9,2
p.p., pois foi registrado percentual de 56%.
A
amostra, feita com 500 consumidores da cidade de São Paulo, analisa a intenção
de compra e de gasto em relação a diversas categorias de produtos
(“Eletroeletrônicos”, “Informática”, “Cama, mesa e banho”, “Cine e Foto,
Móveis”, “Telefonia e Celulares”, “Material de Construção”, “Linha branca”,
“Vestuário e Calçados”, “Automóveis e Motos”, “Imóveis”, “Eletroportáteis” e
“Viagens e Turismo”), avaliando também a utilização de crédito nas compras de
bens duráveis.
Dentre as
categorias analisadas, o item "Vestuário e Calçados" desponta como o
de maior intenção de compra, com 24%, seguido por "Viagens e Turismo"
(12,6%) e "Linha branca" (8%).
Segundo
Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Conselho do PROVAR/FIA, diversos aspectos
reduzirão as vendas de final de ano. “Trata-se de um conjunto de fatores
combinados: a massa real de salários, o volume de crédito no mercado, a taxa de
juros, inflação, o comprometimento de renda e a inadimplência têm afetado muito
o ânimo de compra. Assim, a tendência é de forte desaceleração do consumo,
mesmo com os incentivos de final de ano como datas sazonais e o pagamento do
13º salário”, argumenta o especialista.
Como
resultado desta segunda queda consecutiva de intenção de compras, associada a
um ano muito abaixo dos padrões de venda de 2011, prevê-se que o varejo feche o
ano com um crescimento de apenas 4% nas vendas, índice 3,8 p.p menor que em
2012, quando se registrou crescimento de 7,8%.
Compras pela internet
Na internet, o índice de consumo
mantém a recuperação do terceiro trimestre (em que registrou 89,9%) e, nos
últimos três meses do ano apresenta alta de 0,4%, ficando em um patamar de
90,3%.
Dentre as
categorias com maior interesse de compra estão “Telefonia e celulares” (32%), “Informática”
(30,7%) e “Eletroeletrônicos” (29,4%). Por conta das sazonalidades de Dia das
Crianças e Natal, a categoria de “Brinquedos” (12,5%) apresenta alta de 5% em
relação ao ano anterior, em que se registrou 11,9%, e de 3,3% em relação ao
terceiro trimestre, quando foi identificado o patamar de 12,1%.
Outros assuntos avaliados no estudo
Ainda de
acordo com a pesquisa, os dados registrados evidenciam o aumento da preocupação
do consumidor em relação aos seus gastos. No quarto trimestre, a projeção da
inadimplência apresenta uma pequena melhora em relação à média dos nove meses
do ano, com 6,59%, 6,36% e 6,12% para os meses de outubro, novembro e dezembro,
respectivamente. Esses percentuais apresentam-se abaixo da média de 7,8%
ocorrida em 2012.
Já na
análise de comprometimento de renda das famílias, verificou-se que estão
aumentando cada vez mais os gastos com Crediário (21,5%), o que hoje representa
no orçamento familiar o segundo maior gasto, perdendo somente para os custos
com Educação (22%). Também está sobrando menos no bolso do paulistano para
novas despesas, somente 7,3%, 1 p.p menor que na última pesquisa, em que se
contabilizou 8,3% da renda para novos gastos. Outros fatores que mais
contribuem para o aumento de despesas são Alimentação (19,6%) e Habitação
(13,7%).
Também
consta no estudo que a intenção de compra de imóveis nestes meses do ano é a
menor registrada. Somente 2% dos entrevistados informaram que pretendem
adquirir este tipo de bem, contudo o valor médio gasto pelo paulistano para a
compra é o maior já registrado: R$ 162.000,00.
Quanto à
consciência financeira do consumidor, um indicador de observância de orçamento
construído com base nos percentuais dos indivíduos de pouparam e que pretendem
poupar fornece evidência de maior cautela no cumprimento do orçamento
doméstico.